Belo Horizonte volta a registrar deflação após oito meses

Baixa nos preços verificada na terceira quadrissemana de julho (-0,02%) foi a primeira desde outubro de 2022

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A redução no preço da tarifa de ônibus contribuiu para este recuo no indicador em -0,33 p.p. | Crédito: Alessandro Carvalho / Diário do Comércio

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Belo Horizonte caiu 0,02% na terceira quadrissemana de julho (24 de junho a 23 de julho). Esse é o primeiro recuo no indicador desde outubro do ano passado.

De acordo com levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), o acumulado de 2023 fechou em alta de 4,81%. Enquanto, nos últimos doze meses, a elevação foi de 4,73%.

Esta queda de 0,02% no índice foi causada pela redução da tarifa de ônibus urbano (-10,79%) e pela refeição fora de casa (-2,01%). Ambos os produtos contribuíram para este resultado de deflação no IPCA da Capital com -0,33 p.p. e -0,1 p.p., respectivamente.

Nesta quadrissemana, o grupo de alimentação como um todo apresentou queda de 0,67% em comparação com o mês anterior. Essa tendência já se mantém em todas as últimas cinco quadrissemanas.

O maior responsável por essa queda foi o item Bebidas em bares e restaurantes, que caiu 2,71%. Já o grupo de produtos administrados recuou 0,84%, puxado pela baixa na tarifa de ônibus.

De acordo com o superintendente geral da Fundação Ipead, Renato Mogiz, esse recuo no índice de preços dos alimentos está atrelado à oferta e demanda. “Isso é impactado por fatores como safra e entressafra, por episódios que impactam a oferta”, explica.

Além desses, os outros grupos de produtos e serviços que também influenciaram nessa queda no índice foram os de automóvel novo (-1,92%), com contribuição de -0,09 p.p.; e os grupos de vidro (-8,19%) e de gás GLP entrega (-3,09%), ambos com participação de -0,04 p.p..

Essa queda no indicador que considera famílias com renda de um a 40 salários mínimos poderia ser ainda mais significativa, porém, os itens excursões (4,03%) e tarifa de energia elétrica (3,36%) puxaram o índice para cima, ambos em 0,10 p.p. cada. Os planos de saúde individual (2,25%), a gasolina (1,95%) e o tapete (10,34%) também seguraram essa queda no índice em 0,09 p.p., 0,07 p.p. e 0,05 p.p., respectivamente.

O grupo de produtos e serviços pessoais apresentou variação positiva em todas as últimas quadrissemanas. Já os itens de artigos de residência (2,73%) e vestuários e complementos (2,41%) registraram os maiores aumentos neste período.

No caso dos vestuários, Mogiz explica que esse desempenho está relacionado a essa temporada de frio. “A temporada de inverno leva as pessoas a atualizar seus vestuários com peças da temporada, o que implica na relação oferta e demanda”, relata.

IPCR tem queda mais intensa

O Índice de Preços ao Consumidor Restrito (IPCR) de Belo Horizonte, que considera famílias com renda de até cinco salários mínimos, fechou a terceira quadrissemana de julho em queda de 0,62%. Essa já é a segunda vez consecutiva que o indicador aponta deflação – na quadrissemana anterior ele havia caído 0,18%.

O superintendente do Ipead lembra que reduções como a da tarifa de ônibus tendem a gerar mais efeito sobre esta população, já que são eles os que mais utilizam este serviço. “Quem mais sentiu essa queda nos preços foi a população de menor renda. Porque esses itens que caíram têm um peso importante no custo de vida delas”, afirma.

Apesar desses dois recuos significativos, acima do observado no IPCA, o IPCR acumula variação positiva de 4,43% neste ano e de 4,49% nos últimos doze meses.

Fonte: Jornal Diário do Comércio / Economia – Publicado em 27/07/2023 por Leonardo Leão.


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