Canjica teve um aumento de 48% enquanto o doce de leite aumentou 40%. Dos dez itens analisados, oito tiveram aumento, de acordo com a pesquisa do Ipead.
As festas juninas estão mais caras. É o que mostra a pesquisa do Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), que analisou a variação de preço dos alimentos típicos e preferência dos consumidores de BH para as festividades.
De acordo com o levantamento feito, a maioria dos produtos utilizados na culinária das festas juninas tiveram aumento de preço de 2022 para 2023. A canjica, segundo produto mais consumido nesta época do ano, teve um incremento de 48%. O pacote do alimento passou de uma média de R$ 3,91 em 2022 para R$ 5,79 em 2023.
Dos dez produtos analisados pela pesquisa, oito ficaram mais caros desde o ano passado. O doce de leite pastoso é outro item que chama atenção pelo aumento considerável. A lata de 400 gramas passou de uma média de R$ 12,37 em 2022 para R$ 17,32 em 2023, o que representa uma variação de 40%. Já no terceiro lugar no aumento de preços veio o leite condensado, ingrediente muito utilizado para a confecção de doces, grande atrativo nas festas. A lata de 395 g passou de R$ 6,56 em 2022 para R$ 8,01 em 2023, variação de 22%.
Mas nem tudo ficou mais caro. A pesquisa apontou que a opção mais consumida pelos frequentadores é o caldo, e o principal item para a confecção desse alimento, a mandioca, ficou mais barata. A média do preço do quilo da mandioca caiu 18,21%, de R$ 5,74 para R$ 4,70.
De acordo com o gerente de pesquisa do Ipead Eduardo Antunes, a alta procura é um dos fatores responsáveis por produtos mais caros. “Primeiro é a sazonalidade. A época inevitavelmente faz o preço dos produtos subir, já que a demanda fica muito alta pressionando e aumentando o preço de mercado”, afirma ele.
No entanto, o aumento do consumo não é o único fator que o gerente de pesquisa cita, sendo a disponibilidade também responsável pelo crescimento dos preços. “A época de entressafras também impacta nos preços mais caros. Nem todos os produtos que são altamente consumidos nas festas juninas estão em época de grande produção, então isso aumenta o preço. E a disponibilidade de marcas mesmo. A gente vê uma variação cada vez menor de marcas que oferecem alguns dos produtos altamente consumidos nessa época, alguns têm uma ou duas marcas só. Essa restrição aumenta a demanda também e impacta nos preços”, finaliza.
Confira quais foram os dez itens analisados pela pesquisa e a variação dos preços de 2022 para 2023:
- Canjica, branca, tipo 1, pacote 500 gramas: De R$ 3,91 para R$ 5,79; variação de 48,08%
- Doce de leite, pastoso, embalagem 400 gramas: de R$ 12,37 para R$ 17,32; variação de 40,02%
- Leite condensado, lata 395 gramas: de R$ 6,56 para R$ 8,01; variação de 22,10%
- Feijão carioca, tipo 1 quilo: de R$ 9,22 para R$ 10,78; variação de 16,92%
- Leite condensado, caixa 395 gramas: de R$ 5,18 para R$ 6,05; variação de 16,80%
- Pé de moleque, em tabletes, embalagem 1 quilo: de R$ 18,30 para R$ 19,23; variação de 5,08%
- Amendoim, cru, vermelho, pacote 500 gramas: de R$ 14,65 para R$ 15,08; variação de 2,94%
- Milho para pipoca, tipo 1, pacote 500 gramas: de R$ 3,85 para R$ 3,94; variação 2,34%
- Amendoim, torrado, moído, pacote 500 gramas: de R$ 9,56 para R$ 8,88; variação de -7,11%
- Mandioca, 1 quilo: de R$ 5,74 para R$ 4,70; variação de -18,12%
Dados levantados sobre a preferência dos belo-horizontinos para as festas:
Do total de entrevistados, 36,67% sempre costumam participar das festas juninas, e outros 20,48% às vezes. Dos que frequentam as festas, 67,50% dos entrevistados costumam ir a festas juninas nas escolas, e 55,83% em eventos na rua. Outros 39,17% frequentam eventos particulares ou fechados. Nesses locais, os produtos mais consumidos são:
- Caldos: 76,67%
- Canjica: 67,50%
- Cachorro-quente: 63,33%
- Doces: 60,83%
- Churrasquinho: 60,83%
- Milho cozido: 57,5%
- Pipoca: 45%
- Bebidas típicas: 37,5%
- Quentão: 31,67%
- Pamonha: 25%
- Mingau de milho verde: 23,33%
A pesquisa sobre as Festas Juninas de 2023 é aplicada juntamente com o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de Belo Horizonte com o objetivo de avaliar as expectativas de participação e compra dos consumidores da capital para o período das festas. Essa pesquisa é realizada uma vez ao ano, durante o mês de junho, com os 210 consumidores que respondem à pesquisa do ICC, seguindo o mesmo dimensionamento amostral e recortes por sexo e renda familiar.
Fonte: Jornal Estado de Minas – Publicado em 03/07/2023 por Júlia Salim.