Inflação registra alta de 2,04% em janeiro em Belo Horizonte

IPCA foi puxado pelos tradicionais reajustes do primeiro mês do ano; maior contribuição é de empregados domésticos

Puxada pelos reajustes tradicionais de janeiro como matrículas escolares e impostos, a inflação de Belo Horizonte apresentou novo aumento. Em janeiro, a alta ficou em 2,04%, fazendo com que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulasse aumento de 6,37% nos últimos 12 meses. Conforme os dados do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG), no mês, a maior contribuição para o aumento do custo de vida veio de empregado doméstico com crescimento de 7,43%. A alta foi puxada pelo reajuste do salário mínimo.

Ao longo do primeiro mês do ano, também contribuíram para o incremento no custo de vida os reajustes de 5,9% no Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU); de 10,20% nas excursões; de 12,24% no curso de ensino fundamental, e de 15,7% na tarifa de água.

De acordo com o gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes, o aumento da inflação já era esperado, uma vez que janeiro concentra reajustes variados. Neste mês, a alta ainda foi estimulada pelo reajuste da tarifa de água, que normalmente ocorre entre julho e agosto mas, em 2022, não foi aplicado.

“A inflação de janeiro tem a particularidade de apresentar índices de elevação mais expressivos. O mês, tradicionalmente, é de reajuste anual de muitos produtos, como as mensalidades escolares, empregado doméstico – que tem o valor atrelado ao salário mínimo – e do IPTU. Este ano ainda tivemos a surpresa, não  muito boa, do reajuste da tarifa de água que, normalmente, ocorre em meados do ano. Como em 2022 não houve reajuste, a alta em janeiro foi de mais de 15%, o que também pesou na inflação”.

Ainda segundo Antunes, a alta poderia ser ainda mais expressiva, caso o governo de Minas Gerais não tivesse adiado o pagamento do IPVA para março.

“Apesar da contribuição para a inflação do IPVA ser pequena, o reajuste, em média de 50%, vai impactar o custo de vida da Capital”, explicou.

Mesmo com pequena participação na composição do índice, ao longo de janeiro, os produtos que contribuíram para evitar uma alta ainda mais expressiva na inflação foram o leite, com retração de 2,98%, seguido pelo móvel para quarto, com queda de 4,81%, cebola, 25,47%, brinquedos, 6,05%, e vidro, 4,93%.

Dentre os 11 itens agregados que compõem o IPCA, os maiores destaques em termos de variação foram as altas de 9,43% para Alimentos in natura; de 3,63% para Despesas pessoais; 2,79% para Transporte, Comunicação, Energia Elétrica, Combustíveis, Água e IPTU; de 1,52% para Vestuário e complementos e 1,03% para Encargos e manutenção.

No sentido oposto, destacam-se as quedas de 1,94% para Alimentos elaboração primária e de 1,51% para Artigos de residência.

Com o resultado de janeiro, a inflação na Capital acumula aumento de 6,37% quando observado os últimos 12 meses. “O índice de aumento da inflação continua em patamares elevados e acima da meta nacional, que é de 3,5%. Ainda vivemos um cenário de inflação forte”, confirmou o gerente do Ipead.

Cesta básica e ICC

Pelo quinto mês seguido, o preço da cesta básica, em Belo Horizonte, subiu e registrou o segundo maior valor da série histórica. No mês, foi verificada variação positiva de 0,62% e o valor da cesta em janeiro foi de R$ 715,92, ou seja, o  equivalente a 54,99% do salário mínimo. Nos últimos 12 meses, o reajuste no preço da cesta básica ficou em 12,35%, índice bastante superior ao da inflação acumulada no mesmo período.

“Em janeiro, a cesta básica apresentou a quinta alta seguida. O valor é o segundo maior da série histórica e ficou bem próximo aos R$ 716,92 registrados em abril de 2022”.

A alta foi puxada pelo tomate que subiu 17,54% e pela batata, com alta de 14,13%. Estes produtos são afetados pelas chuvas. Alta também foi registrada nos preços do feijão, 4,83%, e arroz, 2,21%.

No sentido contrário, ficaram mais baratos o chã de dentro, 4,17%, leite pasteurizado, 6,84%, e banana, 3,14%.

A alta do custo de vida e as diversas incertezas afetaram de forma negativa o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC). Após cinco altas consecutivas, o índice recuou de forma expressiva, encerrando janeiro com queda de 7,13% e 40,67 pontos.

No período, o Índice de Expectativa Econômica (IEE) apresentou queda de 12,85% em comparação com o valor do mês anterior, influenciado pela queda na percepção dos consumidores sobre o item Situação Econômica do País, com retração de 15,39%.

O Índice de Expectativa Financeira (IEF) apresentou queda em comparação

com o mês de dezembro, 2,76%, sendo o item Situação Financeira da Família em Relação ao Passado o que apresentou a maior queda do setor (5,58%).

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 04/02/2023 por Michelle Valverde. 

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