Belo Horizonte registra a segunda deflação seguida

IPCA fecha agosto com queda de 1,09%, a maior desde a implantação do Plano Real

Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) voltou a recuar em Belo Horizonte pelo segundo mês consecutivo. O indicador, que mede o custo de vida, desta vez caiu 1,09% em agosto. Esta foi a maior queda nos preços da Capital desde a Implantação do Plano Real. A maior contribuição para a baixa veio da gasolina comum, com queda de 13,44% no mês, resultado das reduções de preços anunciadas pela Petrobras. Com a deflação mensal, o IPCA acumulado nos últimos 12 meses ficou abaixo de dois dígitos, encerrando agosto em 9,06%.

Os dados são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) e foram divulgados na sexta-feira (2).

O  gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes, explica que a deflação de agosto é muito importante e também contribuiu para a melhora do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), que subiu 8,93% no mês e chegou a 37,99 pontos.

“Em agosto, a redução foi mais expressiva, e depois de muitos meses, o IPCA acumulado nos últimos 12 meses ficou abaixo de dois dígitos. Esta queda está ligada, principalmente, à redução dos preços da gasolina. Além disso, o impacto também veio da energia elétrica, que teve o imposto reduzido em julho, mas parte foi sentida somente em agosto”, destaca Antunes.

Conforme os dados do IPEAD, em agosto, os itens que apresentaram as quedas de preços mais significativas e contribuíram de forma mais expressiva para a deflação foram a gasolina comum, com retração de 13,44% nos preços, excursões, 8,15%, energia elétrica residencial, 9,29%, refeição, 2,94%, e móveis para quarto, com queda de 9,65%.

Entre os grupos pesquisados, foram registradas baixas em Transporte, Comunicação, Energia Elétrica, Combustíveis, Água e IPTU, de 3,96%. Em seguida veio Bebidas em bares e restaurantes, com retração de 3,66%. Redução de  3,21% foi vista no grupo de Alimentos in natura, seguida pela queda de 1,71% em Alimentação em restaurante, de 1,64% para Artigos de residência e de 1,24% em Vestuário e complementos.

No sentido oposto, foram verificadas altas de 1,61% em Alimentos industrializados e de 1% para Encargos e manutenção.

No mês, os principais itens que ficaram mais caros foram o seguro voluntário de veículos, 9,47%, seguido pelo condomínio residencial, 0,89%, mão-de-obra, 3,49%, lanche, 2,40%, e casamento, com alta de 3,71%.

Confiança do consumidor

A queda do IPCA aliada a outros índices, como do aumento do emprego, foi importante para a melhoria do Índice de Confiança do Consumidor (ICC). Apesar de ainda pessimista, por estar abaixo dos 50 pontos, a confiança subiu 8,39% em agosto e chegou a 37,99 pontos.

“A alta no ICC foi bem expressiva e o índice voltou ao patamar de antes da pandemia. Esta elevação é resultado da melhoria dos índices de inflação, dos empregos e do crescimento da economia. O consumidor está percebendo essas mudanças, e isso é importante para o último quadrimestre, que concentra o período de festas e datas comemorativas que movimentam o comércio”, explicou.

No mês, o Índice de Expectativa Econômica (IEE) apresentou alta de 18,73% em comparação com o valor do mês anterior, influenciado pelo aumento na percepção dos consumidores sobre o item Emprego, que subiu 21,42%. 

Índice de Expectativa Financeira (IEF) apresentou alta em comparação com o mês de julho de 3,61%, sendo o item Pretensão de Compra o que teve o maior avanço (7,68%).

Cesta básica cai, mas ainda pesa no bolso

O custo com a cesta básica, em agosto, apresentou variação negativa de 1,82% frente a julho. Com a nova retração, o preço da cesta foi de R$ 667,11, valor equivalente a 55,04% do salário mínimo.

Apesar da redução, no acumulado dos primeiros oito meses do ano, o preço da cesta ainda é alto e ficou 9,58% maior. Nos últimos 12 meses, a cotação registra elevação expressiva de 16,11%, índice que está acima até mesmo do IPCA, que encerrou o mesmo intervalo 9,06% maior.

Dentre os produtos que contribuíram para a queda mensal da cesta destaque para a batata, com recuo de 14,01%, tomate, 9,19%, óleo de soja, 7,38%, e feijão carioquinha, com retração de 4,49%.
Dentre as altas, ainda que em índice menor, o leite ficou 3,25% mais caro, elevando para 69,44% a alta no acumulado do ano e para 62,89% nos últimos 12 meses. Alta também no preço da manteiga, 4,09%, e café moído,1,38%.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 03/06/2022 por Michelle Valverde.

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