Inflação em BH acumula alta de 2,22% em dois meses

A inflação em Belo Horizonte, mais uma vez, apresentou alta. Em fevereiro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) avançou 0,21%, elevando para 2,22% a inflação acumulada no primeiro bimestre de 2022 e para 10,68% nos últimos 12 meses.

No mês, os itens que apresentaram a maior variação e contribuíram para a nova alta foram alimentos in natura, com elevação de  9,6%, seguido por bebidas em bares e restaurantes, 3,54%, e encargos e manutenção, com 1,21% de alta. Incremento também foi registrado no valor da cesta básica, 1,28%, que alcançou novo recorde de R$ 645,36.

Os dados foram divulgados ontem pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead). 

O gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes, explica que a variação vista na inflação de fevereiro foi menor que a registrada em janeiro (2%), o que já era esperado.

“A inflação de 0,21% ficou bem mais baixa que janeiro e já era esperada pelas contribuições do mês passado – reajustes de impostos, salário mínimo, entre outros – não incidiram neste mês. A alta foi puxada pela alimentação, que subiu 1,46%, com destaque para alimentos in natura, com variação positiva de 9,6%. Esta alta  aconteceu pelas condições climáticas desfavoráveis que perduram e influenciam bastante na produção dos alimentos, impactando na oferta e na aparência dos produtos”.

A alimentação fora da residência também ficou mais cara em fevereiro, já que o grupo encerrou o mês com variação positiva de 0,98%, puxada por bebidas em bares e restaurantes, 3,54%.

No grupo de produtos não alimentares, foi registrada queda de 0,03% em fevereiro. A queda veio dos itens de vestuário e complementos, com recuo de 4,48% no mês.

Maiores contribuições

Entre os produtos, as cinco maiores contribuições para a alta do IPCA vieram de: condomínio residencial, com variação positiva de 2,14%; refeição, 1,87%; assinatura de telefonia fixa, 8,08%;  assinatura de TV, 20,66%; e excursões, com elevação de 1,33%.

Entre as quedas, destaque para gastos com telefonia móvel, com redução de 6,54%; perfume, 13,75%; lanche, 2,49%; curso de pós-graduação lato sensu, 8,71%; e alimento para cães, com retração de 11,22%.

Cesta básica

A inflação mais alta e puxada pelos alimentos in natura refletiu nos custos com a cesta básica, que apresentou variação positiva de 1,28%, entre janeiro e fevereiro de 2022. O valor da cesta em fevereiro foi de R$ 645,36, equivalente a 53,25% do salário mínimo. Por mais um mês, a cesta apresentou valor recorde. 

Conforme os dados da Ipead, os principais responsáveis por esse aumento foram o tomate Santa Cruz (4,73%), feijão carioquinha (9,39%) e a batata-inglesa (19,58%).

No ano, a cesta básica está 6% mais cara e nos últimos 12 meses, a variação positiva chega a 13,06%. Nos últimos 12 meses, as maiores altas foram verificadas nos preços do café moído, 78,47%; açúcar cristal, 42,82%; e tomate Santa Cruz, 39,37%.

“O custo da cesta básica, mais uma vez, subiu e registra novo valor histórico. Continuamos sem perspectiva de retração de preços. O agronegócio é carro chefe da economia brasileira e pode sofrer muito com a guerra entre Ucrânia e Rússia. Precisamos observar atentamente os rumos do conflito e os possíveis impactos que podem afetar nossa economia”, disse o gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes.

Confiança recua

Em relação ao Índice de Confiança do Consumidor (ICC) de Belo Horizonte, o resultado foi negativo. Em fevereiro, a confiança dos consumidores marcou 33,72 pontos, apresentando uma queda de 3,53% na comparação com o mês de janeiro de 2022.

No período, o Índice de Expectativa Econômica (IEE) apresentou queda de 10,78% frente ao mês anterior, influenciado pelo expressivo recuo na percepção dos consumidores sobre os itens Situação Econômica do País, com retração de 16,16%, e Emprego, com queda de 13,925%.

Já o Índice de Expectativa Financeira (IEF), apresentou pequena elevação em comparação com o mês de janeiro, 0,42%, sendo o item Pretensão de compra o que apresentou a maior alta, 2,07%. 

“O consumidor ainda está pessimista, principalmente, pela  percepção econômica do País e a dificuldade de empregos”.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 05/03/2022 por Michelle Valverde.

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