IPCA sobe 0,83% na Capital em novembro e acumula alta de 9,86% em 12 meses

A inflação em Belo Horizonte avançou 0,83% em novembro, novamente pressionada pelos preços dos combustíveis.  Os dados são do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado na sexta-feira (3) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), vinculada à Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Com a alta, o índice acumula variação de 8,5% entre janeiro e novembro. Nos últimos 12 meses, o IPCA avançou 9,86%.

A gasolina novamente foi o produto que mais pressionou o índice, com alta de 6,56% em novembro. Também contribuíram de forma relevante a refeição fora de casa (1,88%) e excursões (2,41%). “O custo petróleo, que é dolarizado, continua influenciando o preço dos combustíveis. O barril, que valia US$ 20 no ano passado, já chega a US$ 80 agora.

Com mais gente voltando ao trabalho presencial, o preço da refeição subiu em restaurantes e a alta no valor das excursões tem a ver com a retomada do setor de turismo no País’’, explica o gerente da pesquisa da Fundação Ipead, Eduardo Antunes.

Entre os 11 itens agregados que compõem o IPCA, os maiores destaques, em termos de variação, foram as altas de 1,58% para alimentação em restaurante, 1,51% para produtos administrados (transporte, comunicação, energia elétrica, combustíveis, água e IPTU), 1,27% para artigos de residência e 1,01% para alimentos industrializados. No sentido oposto, destaca-se a queda de 1,15% para alimentos de elaboração primária. O IPCA mede a evolução dos gastos das famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos.

Para Eduardo Antunes, a inflação vai fechar 2021 na casa dos 10%. ‘’Ela está alta, está refletindo o momento que nós vivemos. E ainda sofre o impacto da pandemia, com a nova variante, número de casos de Covid-19 aumentando em outros países, isso acaba refletindo na economia’’, afirmou.

Cesta básica

Já o preço da cesta básica, que representa os gastos de um trabalhador adulto com a alimentação, caiu 0,58%, na comparação com outubro. Os produtos que mais contribuíram para essa queda foram tomate Santa Cruz (-7,41%), chã de dentro (-1,51%) e feijão carioquinha (-2,85%). Alguns produtos da cesta, porém, ficaram mais caros: manteiga (0,7%), batata inglesa (1,19%), café moído (5,60%) e banana caturra (11,78%). 

‘’O café já vem subindo há bastante tempo por problemas de safra, geadas que aconteceram no meio do ano. A banana é um hortifrúti, produtos que são mais sensíveis ao tempo, daí a variação do preço’’, diz Eduardo Antunes.

A cesta básica fechou o mês de novembro valendo R$ 600,70, contra R$ 604,22 em outubro. Nos últimos 12 meses, houve alta de 8,58% e, só em 2021, 4,23%.

Compras no Natal serão menores

Pesquisa de pretensão de compras para o Natal revelou que um número menor de belo-horizontinos pretende dar presentes neste ano. Apenas 58,10% dos entrevistados disseram à Fundação IPEAD/UFMG que pretendem presentear alguma pessoa no Natal, padrão bem abaixo dos últimos anos.

Em 2017, por exemplo, 62,38% dos consumidores pretendiam comprar presentes.  Este número chegou a 64,76% em 2020.

Entre os consumidores que têm intenção de presentear, observou-se que 69% pretendem gastar um valor acima de R$ 50,00, em média, com cada presente, mas houve uma redução significativa com os gastos acima de R$ 100,00. O valor médio dos presentes caiu de R$ 111,86, em 2020, para R$ 86,77 neste ano, uma queda de 22,43%.

‘’Com a crise financeira, as pessoas estão mais reticentes com os gastos de presente de Natal’’, explica Eduardo Antunes, gerente de pesquisa da Fundação Ipead/UFMG. A maior parte dos consumidores que pretende presentear (77%) anunciou que vai gastar, neste ano, valor igual ou inferior ao que gastou no ano passado. 11% disseram que vão gastar mais e 13% não souberam responder.

A pesquisa sobre a pretensão de compras para o Natal é realizada pela Fundação Ipead/UFMG anualmente e tem o objetivo de avaliar as expectativas dos consumidores da capital mineira para a data comemorativa. Os resultados permitem aos empresários do comércio varejista mineiro avaliarem as opiniões e as expectativas dos consumidores, com o objetivo de planejar melhor o seu negócio em termos de estoques, contratações, investimentos, dentre outros.

Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado em 04/12/2021 por Marcelo Queiroz.


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