Cesta básica em BH sobe 20% em um ano

O custo da cesta básica em Belo Horizonte subiu 2,42%, entre agosto e setembro de 2021, e já acumula uma alta de 19,9% no comparativo do período. Os moradores da capital mineira pagaram em setembro R$ 588,42 pelos 13 itens da cesta ao invés de R$ 574,53 que eram gastos em agosto para aquisição dos alimentos. Para se ter uma ideia, em setembro do ano passado, a cesta básica saia por R$ 490,74, o que representa 19,9% a menos que hoje.

A inflação geral do período na capital mineira – medida pela Ipead/UFMG – chegou a 9,34%. Os valores pagos atualmente na cesta básica são os maiores desde junho de 1994. Os dados são de uma pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/UFMG) e demonstram que, para comprar os itens, os belo-horizontinos consomem o equivalente a 53,49% do salário mínimo atual, que é de R$ 1.192,40.

O impacto do custo da alimentação é tão grande que o Auxílio BH – benefício concedido pela Prefeitura de Belo Horizonte a famílias em extrema pobreza e que pode chegar a R$ 1.200 na maior faixa de repasses – garantiria a compra de duas cestas básicas nos supermercados da capital.

Maiores altas

Nos últimos 12 meses, entre os 13 itens que compõem a cesta – todos gêneros alimentícios –, o açúcar cristal foi o que mais subiu de preço, com elevação de 56,82%. O café ficou em segundo lugar da lista, com elevação de 44,44%, seguido do óleo de soja, que aumentou 37,87%, e do quilo do chã de dentro bovino, que teve alta de 29,10% no período.

De acordo Eduardo Antunes, gerente da pesquisa, a tendência de alta nos preços deve permanecer. “Infelizmente, a pressão dos preços sobre os alimentos ainda deve permanecer porque boa parte da produção destes alimentos está voltada para a exportação, que é mais atraente para quem produz”, explica o pesquisador.

Custo de vida

Além da cesta básica, o custo de vida em Belo Horizonte também segue em alta. De acordo com a Ipead/UFMG a elevação em setembro foi de 1,31% em comparação a agosto.

O resultado foi obtido a partir da pesquisa de preços de um total de 11 produtos e serviços. O produto de maior contribuição para o aumento no custo de vida em setembro foi a energia elétrica, com alta de 6,61% no mês. Seguidos dos alimentos in natura, com alta de 5,57%, e da alimentação em restaurante, que apresentou elevação de 2,52%, e das despesas pessoais, que subiram 2,02%.

No sentido oposto, as maiores reduções foram registradas nas bebidas em bares e restaurantes, que reduziram 3,37%, e vestuário e complementos, que tiveram queda de 2% em setembro se comparado a agosto.

Inflação

A inflação em setembro chegou a 1,31%. O acumulado nos últimos 12 meses está em 9,34%. De acordo com o economista do Ibmec, Paulo Casaca, a disparada nos preços e no custo de vida deve deixar cada vez mais difícil a vida das pessoas que ganham menos, em especial os que vivem com até um salário mínimo. “Estamos caminhando para uma situação em que, cada vez mais, essas pessoas vão ter que cortar no que comem. O impacto da alimentação no que eles ganham é cada vez maior e eles precisam se manter, pagar outras contas”, afirma o economista.

Fonte: Jornal Hoje em Dia – Publicado em 07/10/2021 – Publicado por André Santos.

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