Pelo quinto mês consecutivo, o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH) apresentou alta. Em agosto, a confiança subiu 1,91% e atingiu 37,22 pontos, sendo este o maior nível desde março de 2020.
Apesar do aumento, o consumidor da Capital segue pessimista, já que o otimismo é registrado quando são superados os 50 pontos.
Dentre os fatores que contribuíram para a redução do pessimismo estão a melhor percepção em relação à situação econômica do País e ao emprego. No ano, o ICC acumula alta de 4,57% e nos 12 meses de 2,6%. Os dados são da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead).
Por outro lado, em relação à inflação, a expectativa do consumidor segue bastante negativa. O componente, que tem peso de 15,69% no ICC, foi o único com resultados negativos em todas as bases de comparação.
Em agosto, a queda na confiança em relação à inflação foi de 6,53%, acumulando redução de 7,66% no ano e expressivos 28,68% nos últimos 12 meses.
De acordo com o gerente de Pesquisa do Ipead, Eduardo Antunes, o aumento da confiança em Belo Horizonte aconteceu pelo quinto mês consecutivo.
“O ICC-BH vem apresentando aumento constante desde abril. O ritmo ficou menor que o esperado, mas isso aconteceu porque agosto não apresentou datas comemorativas, uma vez que a confiança relacionada ao Dia dos Pais é medida em julho. A alta aconteceu, basicamente, por causa das melhorias nos índices macroeconômicos puxados pelas percepções em relação à situação econômica do País e dos níveis de emprego”.
Conforme o levantamento da Fundação Ipead, a alta de 1,91% em agosto, frente a julho, foi puxada pelo Índice de Expectativa Econômica (IEE) que apresentou aumento de 5,18% na comparação com o mês anterior. A influência veio, principalmente, pela expressiva melhora na percepção dos consumidores sobre a situação econômica do País e do emprego.
Dentre os componentes, a percepção em relação à situação econômica apresentou o maior avanço. Em agosto frente a julho, a variação positiva foi de 10,47%, alcançando alta de 8,91% no acumulado do ano e 3% nos últimos 12 meses. Em relação ao emprego, as altas foram de 9,36% frente a julho, de 15,77% de janeiro a agosto e de 8,51% nos últimos 12 meses.
“Esta melhoria se deve à retomada das atividades econômicas a níveis praticamente normais, o que vem sendo permitido com o avanço da vacinação contra a Covid-19 e queda nos índices da pandemia. Com este cenário, o consumidor se torna menos pessimista”, explicou Antunes.
Entre os componentes do IEE, somente a inflação apresentou resultados negativos. A expectativa dos consumidores em relação ao índice caiu 6,53% em comparação com julho, ampliando para uma retração de 7,66% nos oito primeiros meses de 2021 e para 28,68% nos últimos 12 meses.
“A percepção em relação ao índice de inflação caiu bastante, mostrando que as pessoas estão pessimistas. Esta queda era esperada com a alta do índice que vem sendo muito influenciado por produtos básicos, como os combustíveis, energia elétrica e alimentação. O resultado mostra muito bem que as pessoas sabem que a inflação não está em um bom nível. A inflação tem um peso significativo e ajudou a segurar a alta do ICC”.
Expectativa Financeira
Já no Índice de Expectativa Financeira (IEF) foi verificada alta de 0,14% frente a julho, de 3,67% nos oito primeiros meses e de 8,32% nos 12 últimos meses. A praticamente estabilidade, em agosto, é resultado das percepções sobre a situação financeira da família em relação ao passado, o que apresentou a maior alta, 0,72%. A situação financeira da família avançou apenas 0,1%.
Ainda dentro do IEF, a pretensão de compras apresentou leve queda de 0,30%. Os bens e serviços que os consumidores indicaram que pretendem adquirir nos próximos três meses são: vestuário e calçados (13,81%), móveis (6,19%) e eletrodomésticos (5,24%).
Para os próximos meses são esperados avanços no ICC-BH. “A retomada das atividades econômicas, como o comércio, o turismo, os eventos, são fatores que deixam a população menos pessimista. Os comerciantes estão confiantes e esperam melhores resultados nos próximos meses. Além disso, o segundo semestre é marcado pelo aumento das contratações de temporários, o que pode melhorar a percepção dos consumidores. O avanço da vacina contra o Covid-19 favorece a redução dos índices da pandemia, o que também é positivo.
Fonte: Jornal Diário do Comércio – Publicado por Michelle Valverde em 27 de agosto de 2021.