Puxada por refeições e bebidas, inflação em BH sobe 0,54% em julho

Cesta básica voltou a ter alta e está 2,66% mais cara; índice acumulado em 12 meses é de 8,62%, mais que o dobro da meta inflacionária fixada pelo Banco Central

O dragão da inflação queima, sem trégua, o dinheiro do consumidor em Belo Horizonte. O custo de vida na capital – medido pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – subiu 0,54% em julho. A constatação é do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de MG – Fundação IPEAD-UFMG.

Segundo relatório divulgado nesta terça-feira (3/8) pela instituição, o aumento é puxado pela alimentação em restaurante, que encareceu 3,83% nos últimos 30 dias. O grupo abrange três itens: refeição, lanches e sorvetes. Com acréscimo de 4,4% no mês, a refeição  foi o item que mais pressionou a carestia. 

O ranking inflacionário segue com os alimentos de elaboração primária (carne, leite, arroz e feijão), que subiram 2,70%, além das bebidas vendidas em bares e restaurantes, que ficaram 1,31% mais caras no mês. 

A alta acumulada em 12 meses é de 8,62%, mais do que o dobro da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, de 3,75%. 

Após queda de 0,68% em junho, o preço da cesta básica também apresentou alta: foi de R$ 553,14 para R$ 568,27, acréscimo de 2,66%. Os principais responsáveis pelo aumento foram o tomate santa cruz (26,13%), o corte bovino chã de dentro (2,43%) e o leite pasteurizado (8,15%). Na comparação com julho do ano passado, quando custava R$ 461,80, a cesta disparou 23%. A marca dos R$ 500 foi rompida em outubro de 2020.

Segundo o gerente de pesquisas do IPEAD-UFMG, Eduardo Antunes, a inflação reflete a flexibilização das atividades econômicas  em BH que, no início de julho, ampliou o horário de funcionamento dos estabelecimentos comerciais e liberou a realização de eventos. 

“Isso explica principalmente o aumento da alimentação fora de casa. Os bares e restaurantes foram reabertos há pouco tempo com um custo de operacionalização significativamente maior. Afinal, os insumos estão mais caros, as casas não podem funcionar com lotação total, foi preciso contratar mais empregados. Era de se esperar que esse custo extra fosse repassado ao consumidor”, analisa Antunes. 

O pesquisador cita ainda o efeito pandemia, que reduziu o ritmo de produção nas fábricas e indústrias de forma global, alterando o equilíbrio entre oferta e procura. “E temos ainda a valorização do dólar, comercializado acima de R$ 5. Esse é um fator de encarecimento importante, que afeta praticamente todos os segmentos. O dólar caro aumenta o custo de matérias-primas importadas. Ele também desequilibra o abastecimento de alimentos no país, pois, entre vender para o mercado interno e exportar para receber em dólar, o produtor agrícola prefere exportar”, comenta. 

Conforme o relatório da Fundação IPEAD-UFMG, alguns itens baixaram de preço, caso dos alimentos in natura (-2,82%), produtos para saúde e cuidados pessoais (-2,68%), bem como as peças de vestuário e complementos (-2,67%). 

Cinco itens que mais pressionaram a inflação em julho/2021
  1. Refeição 4,4%
  2. Tarifa, energia elétrica, residencial 4,78%
  3. Excursões 3,6%
  4. Passagem aérea 31,58%
  5. Gasolina comum 1,04% 
Cinco itens com maiores quedas de preço em julho/2021
  1. Plano de saúde individual -5,53%
  2. Blusa feminina -27,48%
  3. Hospitalização/Cirurgia -12,88%
  4. Calça comprida masculina -14,28%
  5. Batata inglesa -16,39%

Fonte: Jornal Estado de Minas – Publicado em 03/08/2021 por Cecília Emiliana – caderno de Economia.

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