Em janeiro, tomate ficou 20,21% mais caro e contribuiu para aumento do custo da cesta na cidade
Depois de encerrar 2020 acima da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em 5,03%, a inflação em Belo Horizonte começou 2021 em alta. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) da cidade cresceu 0,93% em janeiro, com destaque para o aumento de alimentos in natura (4,05%), bebidas em bares e restaurantes (3,30%) e alimentação em restaurantes (3,04%). Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (4) pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead/ UFMG).
“A inflação segue uma tendência de alta, mas o mês de janeiro já é característico de inflação alta, normalmente é o mês com a maior inflação no ano. A gente vê o efeito do reajuste do salário mínimo, que acaba levando ao reajuste dos valores de vários serviços”, afirma a coordenadora de pesquisa e desenvolvimento da Fundação Ipead, Thaize Martins. Neste ano, o salário mínimo foi reajustado em 5,26% e passou de R$ 1.045 para R$ 1.100.
A principal contribuição para a inflação em janeiro foram os serviços do empregado doméstico, que ficaram 5,26% mais caros. Em seguida, estão as altas do IPTU (4,23%), da refeição (3,96%), do curso de ensino fundamental (5,76%) e da gasolina comum (2,44%).
O custo da cesta básica, que representa os gastos de um trabalhador adulto com a alimentação, também subiu em janeiro. A alta foi de 1,68% em comparação com dezembro do ano passado, e o valor da cesta já chega a R$ 576,32, o equivalente a 52,39% do salário mínimo. Nos últimos 12 meses, a alta acumulada é de 25,54%.
“A cesta básica sofreu a sexta alta consecutiva. Em outubro de 2020, o custo da cesta ultrapassou o patamar de R$ 500 e, agora, já está chegando nos R$ 600. A cesta básica reflete a sensação de perda do poder de compra dos consumidores e mostra como os alimentos estão impactando nisso. São itens alimentícios de difícil substituição”, pontua Thaize.
Em janeiro, os alimentos da cesta básica que mais encareceram foram o tomate (20,21%) e a manteiga (7,93%).
Segundo a coordenadora de pesquisa, não há perspectiva de queda nos preços e no custo de vida nos próximos meses. “A situação permanece a mesma, a pandemia continua, o aumento do consumo interno de alimentos e a valorização do dólar, também. Tudo permanece na mesma situação, portanto, é difícil pensar em queda”, conclui.
Fonte: Jornal O Tempo – Publicado em 04/02/2021 por Rafaela Mansur.