Fonte:Diário do Comércio
Conteúdo publicado em primeiro de agosto de 2020
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Por Michelle Valverde
A estimativa de uma possível recuperação da economia, aliada à expectativa de maior controle do Covid-19, incluindo a criação de uma vacina,contribuíram para que o Índice de Confiança do Consumidor de Belo Horizonte (ICC-BH) avançasse em julho, na comparação com junho.
De acordo com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas,Administrativas e Contábeis de Minas Gerais da Universidade Federal de Minas Gerais (Ipead/UFMG), o ICC BH subiu para 35,20 pontos, apresentando uma alta de6,17% na comparação com o mês de junho. Apesar do aumento, o índice permanece bem abaixo dos 50 pontos, nível que separa o pessimismo do otimismo.
Com o resultado de julho, o ICC-BH acumula queda de 7,56% no ano e de 4,66% nos últimos 12 meses.
Dentre os índices que compõem o ICC-BH, o Índice de Expectativa Econômica (IEE) apresentou uma alta de 10,38% em julho na comparação com o mês anterior, influenciado pela melhora na percepção dos consumidores em todas as componentes, principalmente sobre a Situação Econômica do País, com aumento de 18,85% em junho.
Mesmo com a alta, no acumulado do ano o IEE registrada queda de 11,32% e de 6,53% nos últimos 12 meses. Em relação à expectativa de inflação, o componente variou positivamente 7,89% em julho frente a junho. Já em relação ao emprego, o componente aumentou 4,89% na comparação mensal.
O Índice de Expectativa Financeira (IEF) apresentou aumento de 3,77% em comparação com o mês de junho. Mas caiu 6,92% no acumulado do ano e3,88% nos últimos 12 meses. O item Pretensão de compras o único que apresentou recuo, com variação igual a 1,12%.
De acordo com a coordenadora de pesquisas da Fundação Ipead/UFMG, Thaize Martins, houve um avanço em relação à confiança do consumidor da Capital mineira em julho, mas, devido aos efeitos negativos da pandemia do Covid-19, o consumidor ainda está pessimista.
“Foi um resultado positivo no mês, mas ainda estamos com o índice de confiança muito baixo. A variação positiva se deve ao aumento da percepção sobre uma possível retomada da economia do País, o que vem sendo favorecido por algumas capitais já reabrindo o comércio e tentando voltar à normalidade. Porém, o resultado ainda está negativo. Para se ter uma ideia, o componente de pretensão de compra, antes da pandemias, ficava acima de 50 pontos, e está em 31,43 pontos. A confiança melhorou em julho, mas, continuamos com o índice muito baixo”, explicou.
Em relação à pretensão de compras, os grupos que lideraram alista dos bens e serviços que os consumidores pretendem adquirir nos próximos três meses são: vestuário e calçados (13,81%), móveis (6,67%) e eletrodomésticos (5,71%).
Dia dos Pais – O maior pessimismo do consumidor de Belo Horizonte irá interferir de forma negativa nas compras para o Dia dos Pais. Além disso, o acesso restrito ao comércio e a queda da renda da população – resultados da crise provocada pela pandemia do Covid-19 – farão com que as vendas para a data comemorativa seja menos aquecidas para o comércio.
A pesquisa de Pretensão de compra para o Dia dos Pais, feita pela Fundação Ipead/UFMG, mostrou que apenas 33,81% dos entrevistados pretendem presentear no Dia dos Pais, esse percentual é o mais baixo dos últimos cinco anos.
Ainda segundo o levantamento, o valor médio dos presentes a serem adquiridos está 7,55% menor em 2020 quando comparado com o ano passado. O valor médio dos presentes reduziu de R$ 86,08 para R$ 79,58 neste ano, sendo este o menor valor da série histórica.
Dentre as faixas de valores para presentes, a de R$ 101 a R$150 foi a mais citada, representando 35% dos consumidores que pretendem presentear em 2020. A pesquisa mostrou também que 71,83% dos consumidores que pretendem presentear gastarão, neste ano, valor igual ou inferior ao que gastou no ano passado, indicando um Dia dos Pais menos aquecido para o comércio.
“A pesquisa mostrou forte queda na intenção de presentear.Também registramos o menor tíquete médio dos últimos cinco anos para a data. Como comércio fechado, as compras são prejudicadas uma vez que nem todo consumidor se adapta às vendas on-line. Além disso, o acesso às vitrines e a visitação dos espaços físicos favorecem as vendas, o que vem sendo prejudicado com o fechamento das lojas”, explicou a coordenadora de pesquisas da Fundação Ipead/UFMG, Thaíze Martins.