Custo de vida em BH sobe em junho com retomada parcial de atividades

Segundo o IPEAD/UFMG, alta foi de 0,33%, pressionado pelos combustíveis e bebidas em restaurantes; inflação permanece dentro da meta estabelecida pelo CMN

Após dois meses de queda consecutivas, o custo de vida em Belo Horizonte, medido pelo IPCA e pelo IPCR, apresentou aumento de 0,33% no mês de junho de 2020 ao ser comparado com o mês anterior. Isso é o que aponta pesquisa do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (IPEAD/UFMG) divulgada nesta segunda-feira (6/7).

resultado foi obtido a partir da pesquisa de preços dos produtos/serviços que são agrupados em 11 itens agregados, sendo os maiores destaques, em termos de variação, as altas de 3,16% para bebidas em bares e restaurantes e de 1,82% para alimentos de elaboração primária. No sentido oposto destacam-se as quedas de 3,69% para alimentos in natura e de 1,00% para alimentação em restaurante.

“Um dos cenários que ajudam a explicar os números é a questão da gasolina, que estava em queda durante a quarentena e no mês de junho, com reabertura parcial do comércio, apresentou aumento 2,31%, comparado com o ano anterior. Os automóveis novos também contribuíram, com 3,34% de alta nos preços”, afirma a coordenadora de Pesquisa do IPEAD/UFMG, Thaize Martins.

Segundo ela, a retomada parcial de setores da economia, entre os dias 25 de  maio e 29 de junho, tiveram, sim, contribuição na alta dos preços. E mesmo itens que vinham em queda, como alimentos, mostraram mudança na tendência.

Importante que a inflação parece controlada, ajudando no planejamento de pessoas e empresas. Nos últimos 12 meses, ela ficou abaixo da meta de 4,00%, definida pelo Conselho Monetário Nacional para o ano de 2020, sendo igual a 3,80%.

Após quatro aumentos consecutivos, o custo da cesta básica apresentou queda em junho/2020 (-2,84%), custando R$ 476,21 no mês. O principal responsável por essa queda foi o tomate Santa Cruz com redução de 30,59%.

Para os próximos seis meses, porém, não há certeza do que poderá ocorrer. “O momento é difícil, há especulação de adoção de lockdown. Infelizmente nossa cidade está vivendo o pico da doença. E isso acaba comprometendo qualquer previsão”, disse Martins.

Pessimismo

Após ligeira recuperação em maio, O Índice de Confiança do Consumidor (ICC-BH) voltou a apresentar queda no mês de junho, sendo igual a -0,88%. Ressalta-se que o índice permanece bem abaixo dos 50 pontos, nível que separa o pessimismo do otimismo, atingindo 33,15 pontos.

As componentes “Situação Econômica do País”, “Inflação”  e “Emprego” foram as que mais contribuíram para a piora do humor dos consumidores belo-horizontinos no mês de junho, que se mostraram mais pessimistas.

A taxa Selic foi novamente reduzida em 0,75 pontos percentuais na última reunião realizada pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), entre os dias 16 e 17 de junho de 2020, sendo igual a 2,25% ao ano. Trata-se do menor valor já observado na série histórica deste indicador.

As taxas médias de juros praticadas para pessoa física apresentaram queda na maioria dos setores ao serem comparadas às taxas do mês de maio, sendo os maiores destaques as taxas de construção civil (imóveis construídos) e comércio eletrônico. Dentre as taxas para pessoa jurídica, a maioria apresentou alta. Por fim, as taxas de captação, na maioria delas houve queda em relação ao mês anterior.

Fonte: Jornal Estado de Minas – Publicado em 06/07/2020, reportagem de Paulo Galvão.

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