Somente gêneros alimentícios tiveram aumento no preço entre março e abril; queda nos demais produtos levaram a deflação no período em BH
Com queda de 0,08% entre março e abril de 2020, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de Belo Horizonte no período da pandemia só registrou aumento em itens alimentícios, conforme um levantamento do Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis da UFMG (Ipead). Enquanto outros produtos e serviços tiveram queda de 0,47 pontos percentuais em relação a março, os alimentos registraram aumento de 0,39 pontos percentuais no preço.
De acordo com a coordenadora de pesquisas do Ipead, Thaize Martins, a demanda por gêneros alimentícios cresceu muito no período em que os belo-horizontinos estão em isolamento, o que leva ao aumento nos preços. Por outro lado, produtos como combustíveis registram queda global na demanda, o que se reflete muito claramente nos preços.
O valor pago na cesta básica também reflete esses aumentos, com o registro da terceira alta consecutiva do ano, chegando a custar, em média, R$ 481,54. O principal responsável por esse aumento da cesta no mês de abril foi o Feijão carioquinha, cujo preço cresceu 28,14%.
Pessimismo
O Índice de de Confiança do Consumidor (ICC-BH) também aparece com recorde de queda. Segundo o levantamento, em abril, na comparação com o mês de março, a redução foi de 17,80%.
Segundo Thaize, o consumidor belo-horizontino nunca esteve tão pessimista em relação à economia desde 2004, início da série histórica. O ICC-BH em abril foi de 30,76 pontos. Qualquer pontuação abaixo de 50 é considerada pessimista.
“As pesquisas realizadas ao longo do mês de abril mostram o reflexo direto da situação da quarentena, de isolamento, tanto nos preços quanto nos sentimentos das pessoas”, afirmou a especialista.
Fonte: Jornal O Tempo – Publicado em 06/05/2020 por Daniele Franco.