Pesquisa do Ipead diz que o custo da cesta básica chegou a 46% do salário mínimo e aponta queda de 18% no índice de confiança do consumidor, o que representa maior pessimismo da série histórica.
O Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) divulgou pesquisa que mostra que a cesta básica ficou mais cara em abril. A principal explicação para esta alta é o isolamento social, que provocou aumento da demanda de muitos produtos.
O custo da cesta básica, que representa o gasto de um trabalhador adulto com alimentação, teve alta de 1,07% de março pra abril. Com isso, o valor chegou a R$ 481,54 – equivalente a 46% do salário mínimo, que hoje está em R$ 1.045.
Isso representa o maior valor da série histórica da pesquisa, que é feita desde junho de 1994.
Entre os produtos que mais aumentaram estão o feijão, o leite e a batata.
O período de isolamento social durante a pandemia de coronavírus ajuda a explicar esta inflação, segundo a coordenadora de pesquisa da Fundação Ipead, Thais Martins.
“Muitas famílias mudaram sua rotina, estando mais tempo em casa. Passaram a fazer suas próprias refeições, e, com isso, muitos preços acabaram subindo devido à alta dessa demanda. E há outros fatores, como produtos em período de entressafra, como o feijão, que teve problema na segunda safra”, diz Thaize Martins.
Por outro lado, houve uma queda no consumo da carne, já que restaurantes são principais consumidores do produto, o que pressionou o preço da carne um pouquinho para baixo.
Índice de confiança
O Índice de Confiança do Consumidor, também medido pelo Ipead, demonstra que o consumidor mineiro está mais pessimista. O índice foi para o menor patamar já registrado, de 30,76 pontos, uma queda de quase 18%. A explicação para isso é a situação econômica e o medo do desemprego.
A linha divisória desse índice são 50 pontos: acima disso, ele indica otimismo. Abaixo, o consumidor está mais pessimista.
Fonte: TV Globo Minas G1/ MG1 – Publicado em 07/05/2020 por Odilon Amaral.