Impacto dos jogos e eventos do Mineirão sobre a economia: dados preliminares de um estudo inédito desenvolvido pelo IPEAD em parceria com o CEDEPLAR.

Coronavírus em BH: sem faturamento, produtores de eventos pedem ajuda ao governo

Casas de espetáculos, museus, espaços de eventos, cinemas e teatros. Responsáveis por empregar pelo menos 5,2 milhões no país, o setor de entretenimento enfrenta tempos difíceis por conta da pandemia do coronavírus. Só em Belo Horizonte, quase mil eventos de diversos portes já foram cancelados e outros 1.250 adiados por conta das medidas de restrição impostas para combater o avanço da doença.

A expectativa é que as empresas do setor tenham um prejuízo de quase R$ 200 milhões por conta da paralisação. E após reunião online neste fim de semana, produtores culturais e de eventos da capital mineira reivindicaram ajuda governamental para se manterem nesse período de crise provocada pelo coronavírus.

Para o grupo, as medidas anunciadas até agora pelos governos estadual, municipal e federal – como a prorrogação do pagamento de impostos – são insuficientes para proteger o segmento. “Desde o primeiro momento, a atividade cultural foi a primeira a ser paralisada. É de se esperar que o poder público dê uma atenção especial à sua retomada, tão logo as autoridades de saúde sinalizem esta possibilidade”, enfatizou o sócio proprietário da Cria! Cultura, Kuru Lima.

De acordo com o produtor, os caixas das empresas já estão zerados e, sem previsão de receita, podem enfrentar ainda mais dificuldades. “As responsabilidades e contas continuam existindo. Os salários de funcionários terão que ser pagos (ou possíveis rescisões), assim como os respectivos impostos, além de outras despesas fixas como aluguel, água, luz, comunicação, serviços de manutenção”, exemplificou.

Sem a ajuda do governo, o setor de entretenimento teme que demissões possam ser realizadas por falta de recursos para pagar salários. “Nesse caso, todos os nossos esforços estão concentrados para impedir que essa tragédia se concretize, sobretudo no setor que mais cresce no mundo, as indústrias criativas, em especial do entretenimento”, argumentou.

Nos últimos anos, a capital mineira tem recebido, em média, 500 mil turistas por ano, responsáveis por mover a economia de outros 52 segmentos da cidade. “Belo Horizonte fez um tremendo esforço para se posicionar nacionalmente como um polo turístico e cultural e não pode, do dia para a noite, ver toda a sua inteligência e quadros técnicos serem desmantelados por esta gravíssima pandemia”, reforçou Kuru Lima.

Em números

Uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas (IPEAD) da UFMG mostrou a importância do setor em números. Conforme os dados, só o estádio Mineirão, um dos principais palcos de jogos, festivais e feiras, respondeu por 251 eventos – o impacto na economia da cidade foi de R$ 660 milhões no período, sendo R$ 487 milhões provenientes de jogos e outros R$ 173 milhões de outros eventos diversos.

Fonte: Jornal O Tempo – Publicado em 28/03/2020.

Posted in ICC - BH, Pretensão de Compra and tagged .

Assessoria de Comunicação Fundação IPEAD

View posts by Assessoria de Comunicação Fundação IPEAD

Assessoria de Comunicação Fundação IPEAD - ipead@ipead.face.ufmg.br